GERALDO MATTA MACHADO
( Minas Gerais? – Brasil )
DESPEDIDA
Quando eu parti (recordas-te, querida?)
Calmo, a sorrir, eu te apertei a mão,
E tu, de olhos tristonhos, comovida,
Disseste-me, a chorar: “Não partas, não!”
E finda a nossa breve despedida,
Eu tive, meu amor, esta impressão:
De nunca, nunca mais, em minha vida,
Tornar a ver-te igual te via então…
Adeus! Adeus! E tu choravas tanto!
E, sorrindo, descrendo de teu pranto,
Tendo n’alma a incerteza refletida,
Eu te falei (e nem sequer ouviste!)
– Como é bela esta lágrima fingida
E em minha boca o riso como é triste!
A MULHER NA POESIA DO BRASIL. Coletânea organizada por Da Costa Santos. Belo Horizonte, MG: Edições “Mantiqueira”, 1948.
291 p. 14x18 cm. Capa de Delfino Filho.
Ex. bibl. Antonio Miranda
FOI NAS ASAS DO VENTO
Sobre a areia da praia clara e fria,
Naquela tarde azul do mês de Junho,
Como tremia o meu pequeno punho,
Quando ela os nossos nomes escrevia!
Ela me disse: “É apenas o rascunho”
“Outro melhor escreverei...” — dizia,
Mas, o vento varreu a areia fria,
Naquela tarde azul do mês de Junho!
Depois, amor, perdida na distância,
Foi nas asas do vento nossa infância,
Sob um céu muito azul e muito frio...
Nada mais resta! O vento do destino
Varreu o nosso mundo pequenino,
Na praia, àquela tarde, junto ao rio...
*
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Página publicada em agosto de 2021
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